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Pandemia gera impacto na produção de 55% das indústrias paraenses

Pandemia gera impacto na produção de 55% das indústrias paraenses

Pandemia gera impacto na produção de 55% das indústrias paraenses

 

Cerca de 55% das empresas sofreram impactos na sua produção devido à crise provocada pelo coronavírus, seja por redução da demanda (49%) ou por não terem tido nenhuma demanda (6%). É o que revela uma pesquisa realizada pelo Sistema FIEPA, entre os dias 24 de junho e 10 de julho. Além da produção, a pesquisa também avaliou aspectos como os impactos da pandemia na gestão e os desafios na saúde física e mental do trabalhador. O objetivo da FIEPA é utilizar os resultados para subsidiar suas ações em prol do setor.

Outro dado é que mais de 70% das indústrias paraenses estão muito confiantes ou confiantes em uma retomada da economia. Mas, apesar dessa confiança, o empresário da indústria paraense se preocupa com as dificuldades que enfrenta em função da crise. “Com a queda da demanda, houve a queda na produção. O resultado é que hoje existem muitos empresários do setor que estão vendendo seus bens para honrar seus compromissos”, afirma o presidente do Sistema FIEPA, José Conrado Santos. Outra solução encontrada pelos industriais para driblar a crise, conta ele, foi mudar o ramo de atuação. Caso por exemplo de algumas indústrias da área química, que passaram a fabricar álcool em gel, ou de confecção, que se voltaram para a fabricação de insumos da área de saúde, como máscaras e aventais de proteção.

A pesquisa aponta ainda que 81% das empresas entrevistadas querem fazer investimentos, passada a pior fase da pandemia, em itens como contratação de mão de obra (20%), aquisição de máquinas e equipamentos (19%) e qualificação de trabalhadores (18%). No entanto, muitas indústrias encontram dificuldade no acesso ao crédito e também consideram que os incentivos fiscais seriam uma forma de superar a crise.

Sobre os incentivos, José Conrado Santos explica que a FIEPA está realizando reuniões com o Governo do Estado, para chegar a uma solução na qual se amplie esses benefícios para mais segmentos da indústria. Segundo ele, apesar da nossa balança comercial ter encerrado o 1º semestre com saldo positivo e da arrecadação estadual ter aumentado, isso de seu muito por conta da alta do dólar e da produção de setores como a mineração e a agroindústria. “Reconhecemos a importância desses dois setores para a nossa economia, mas para diversificá-la mais, elevando assim nossa produção e gerando renda, precisamos ampliar esses incentivos para mais setores”, pondera. Com relação à questão do acesso ao crédito, o presidente da FIEPA considera que os bancos podem ser a saída para incrementar os investimentos, mas que como eles não simplificaram seus processos, o setor produtivo encontra dificuldades para acessar essas linhas de crédito.

Outros reflexos da crise – A pesquisa revela que devido à crise, 98% das indústrias tiveram que tomar medidas na gestão para poder sobreviver no período. Entre essas medidas, estão antecipação de férias ou férias coletivas dos trabalhadores (25%), redução nos custos da produção (19%), suspensão temporária de contrato de trabalho (14%) demissão de funcionários (14%), entre outros.

Alguns dos maiores problemas enfrentados pelas empresas no período de março a maio foram o afastamento dos colaboradores do trabalho presencial em decorrência do isolamento social (20%), a falta de capital giro (15%), queda na produção (14%) e falta ou alto custo de matéria-prima (12%).

Saúde e segurança do trabalhador – No que diz respeito ao distanciamento social na retomada das atividades (trabalho presencial) e o isolamento social (home office), 62% das indústrias dizem que esses dois fatores têm impactado no clima de trabalho e produtividade da empresa. Uma outra questão abordada é sobre a saúde mental do trabalhador: 62% dos entrevistados consideram que ela tem impacto no dia a dia da empresa. Para essas questões, a indústria está tomando medidas, como treinamentos e palestras para colaboradores, novos recursos para aprimorar o home office, além de ações na área de saúde, entre elas a disponibilização de testes rápidos de Covid-19, atendimento médico e psicológico.

Se antes as indústrias já seguiam protocolos de saúde e segurança para seus trabalhadores, atualmente elas tiveram que se voltar para os impactos da pandemia nessa área. A gerente de saúde e segurança na indústria do Sesi Pará, Jacilaine Souza, lembra que, além da doença em si, provocada pelo vírus, com os impactos físicos como as sequelas respiratórias, que em alguns casos requerem cuidados posteriores, a saúde mental do trabalhador é um outro fator bastante impactado. Muitas das vezes essa saúde é afetada por fatores como a preocupação com a pandemia, o distanciamento e o isolamento social.

“As indústrias de uma maneira geral têm demonstrado preocupação com esses aspectos da saúde e estamos cada vez mais sendo demandados por elas por conta dos serviços que oferecemos diante do cenário pandêmico. A doença mental envolve interações entre fatores biológicos e sociais e, neste momento, os fatores sociais atuam como fortes estressores e consequentemente desencadeadores e motivadores de episódios depressivos e ansiosos, entre outros distúrbios”, finaliza. 

 

 

 

 

 

 

 

 



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